Ficar ao lado

Fazia algum tempo que eu não postava nada por aqui. Tenho andado ocupado, em função de estar me dedicando à feitura da dissertação de mestrado, outra motivo, bem da verdade, é a falta de inspiração dos últimos dias. Mas aí, iniciei a leitura de um livro interessante (novamente em função da dissertação) que me trouxe algumas informações sobre os nossos gestos e dos quais, por estarem tão internalizados, não sabemos muito, não sabemos sobre o constructo social pelo qual passaram até que chegassem a assumir os significados que eles têm hoje. Conhecer um pouco dessa história é poder saber mais sobre nós mesmos, afinal o nosso corpo é um instrumento com o qual contruímos nossa vida, nossa personalidade, a nossa distinção em relação aos outros e também aquilo que nos torna muitas vezes semelhantes aos demais.
Em História dos Nossos Gestos (Global Editora - São Paulo, 2003), Luís da Câmara Cascudo, apresenta 333 gestos, alguns próprios, outros importados e outros adaptados, comum aos brasileiros, que de alguma forma ou de outra, fazem parte de nossa história, da nossa cultura.
FICAR AO LADO: Solidário. Aliado. Faz-se o gesto de ocupar o lugar vizinho, ombro a ombro, irmanado nas conseqüências da opinião debatida. Nas discussões do Senado em Roma pôr-se ao lado do orador significava concordância integral, voto notório. Pedibus sententiam ferre, opinando pelo ato de permanecer ao lado do expositor, dizia-se pedarios senatores aos que votavam por essa fórmula silenciosa. Justamente o contrário de ficar de lado, valendo indiferença, imparcialidade, alheiamento.

8 comentários:

Carmem Salazar disse...

Lindo poema, Luciano... Me soa como música.

Beijo.

FlaM disse...

Eu tb tenho esse livro. É muito legal tomar conciência de que esses gestos tão naturalizados para nós, são construções culturais, né? Alguns sobrevivem, outros perdem o sentido...
Legal aqui! Abç, Flávia

milu leite disse...

esse livro deve ser muito bom. tenho outros dois do cascudo na biblioteca. vira e mexe, recorro a eles, ou por alguma curiosidade ou por algumas necessidades.
o sujeito era mesmo "de tirar o chapéu". tem essa aí no livro?
adorei teu blog, luciano.
ab

Anna V. disse...

parece realmente interessante o livro. :)
e obrigada pelo comentário gentil no bloguinho.
beijos

Lucas Wuo disse...

pai legal esse livro !!!mas dá uma comentada no meu blog quando tu puder beleza bjão flw !!!

Cé S. disse...

Adorei tua maneira de trazer à tona o lance da memória gestual.

Cé S. disse...

Tô indicando tua postagem aos meus alunos de um curso sobre memória.

Paulo César Nascimento disse...

O Cascudo deveria ser mais festejado / incensado. Usei material dele dobre hábitos alimentares na minha dissertação.Abç