-Tá, mas e aí? Perguntou o Marquinhos, tempos depois, enquanto tomávamos uma gelada no Bar da Teresinha. Bom, aí que a idéia era a seguinte: a residência do sítio seria adentrada de forma violeta, sem dar tempo para que qualquer reação fosse esboçada por parte de quem estivesse no lugar. Rapidamente todos seriam dominados e ficariam sob a mira das armas. Enquanto Valdo e Binho estivessem amarrando e amordaçando os moradores, Dico daria uma geral em toda a casa procurando o que houvesse de valor e que pudesse ser roubado. Feito isso, separariam homens e mulheres. Os primeiros ficariam confinados em um quarto para ouvir o que começaria a rolar com elas. É, eu sei, viajamos feio no nosso roteiro, barbarizamos. O lance todo virou em tortura, estupro, assassinato, esquartejamento e mais um monte de doideiras que deixariam qualquer um de cabelos arrepiados. Para terminar, já beirando ao humor negro, colocariam fogo na casa e no celeiro, destruiriam as plantações, salgariam a terra para que nada mais nascesse no local e exterminariam os animais. Inclusive, na opinião do Binho, as vacas também deveriam ser curradas antes de morrer. Crueldade total. Lá de cima, as cenas se desenrolavam em ritmo acelerado, pensávamos na fotografia em cores e também em preto e branco, nos enquadramentos, nas melhores tomadas, nas seqüências...
Estávamos completamente absortos quando ouvimos uma voz que disse mais ou menos o seguinte: – Vocês vão fazer o que com o meu sítio e a minha família? Ao nos virarmos, um colono estava a menos de três metros de nós. Muito nervoso, ele nos apontava uma espingarda calibre 12.
Estávamos completamente absortos quando ouvimos uma voz que disse mais ou menos o seguinte: – Vocês vão fazer o que com o meu sítio e a minha família? Ao nos virarmos, um colono estava a menos de três metros de nós. Muito nervoso, ele nos apontava uma espingarda calibre 12.
19 comentários:
Barbozola!
No disparo do coração a ameaça da arma de fogo.
Cadinho RoCo
No mínimo original.
Abração, Luciano!
Muito instigante a sua narrativa, dá vontade de prosseguir e saber o que acontecerá...
mil beijos
Infelizmente mais próximo da nossa realidade do mundo hoje...uma verdade que traz crueldade dura, nua e crua.
É sempre bom voltar aqui.
Beijo
Tem gente que curte um banho de sangue, tal qual o Tarantino... rs
Ótimo.
Fazia tempo que não postavas, mas agora que voltou, voltou com um texto 10. Cruel e Forte. Dá medo. Mas o mundo é mais ou menos assim.
quem viajou mais na idéia?
bjs
Oi Luciano, bom dia. Que bom que vc gostou do post "Das publicidades" lá no blog das 30 pessoas. Volte sempre. Ah, gostei dos seus interesses. Prometo voltar aqui e te ler. Abração.
Como sempre,demais,que bom que voltou a postar,adorei.Aguardo a próxima.
Bjs
Marcos, é isso aí, borbozola.
Cadinho, com certeza, eram 4 corações disparados.
Ricardo, valeu a visita. Seja sempre bem vindo.
Marcia,tua visita sempre é motivo de felicidades para o blog.
Lu, sempre bom ter o teu retorno.
Paschoal, vamos então, feito um Tarantino em descontrole.
Ramon, que esse medo seja sentindo apenas pelo que evoca o roteiro maluco dos três patetas.
Sentimenta, viagem coletiva. Dos três e do dono do sítio que entrou na onda.
Fala Cleyton, legal a tua mensagem, muito boas as tuas postagens.
Tahis, gracias pelo carinho.
Abração a todos.
é, total...
Adoro ler suas histórias. Bom demais. Beijo.
Oi, Luciano
Instigante, forte e muito bom!
Adorei a inversão, posições trocadas.
Quem arquitetava sendo alvo, rsrs.
E eu...
Ando meio num tom desafinado, sentimentos controversos, até em prosa, desculpe o trocadilho infame, rsrsrs.
Mas já, já, o humor melhora e volto a falar de estrelas e fadas modernas, rsrs.
Bitokitas, brigadim pela visitinha e volte sempre!
Sentimental, sim viagem total de todos os envolvidos, rsrsrsrs e a coisa não terminou por aí, deve render mais uma postagem, no mínimo, com a conclusão das loucuranças e atrapalhações do tri. Beijos.
Adri, receber um elogio de uma escritora admirável como és tu me deixa ainda mais entusiamado para continuar contando histórias. Abração querida.
Elza,seja muito bem vinda aqui no Gergelim. Vamos nos lendo, conversando, trocando. Bjs moça.
Adora um desafio imaginário e as barbarizações, o mundo louco de assassinatos e curras... Humor negro, branco, azul, vermelho de um Gergelim tímido que silenciosamente da uma picada à francesa no imaginário doentio dos seres. Gergelim vc está na minha mira... Bang!!!
Queridão, semore bom te ler. A vontade é armar câmera e fazer valer a cena.
Logo voltarei à minha varanda, obrigada por passar lá vez em quando.
Beijos
Ana, que coisa boa receber um comentário teu. Fico todo feliz e prosa. Volte mais vezes, porque és sempre muito bem vinda aqui.
TE AMO!!!
Fabi, fazia tempo que não aparecias por aqui. Legal receber teu comentário. Abração menina.
Que delíciaaaa viajar em seus textos!
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