Voos Noturnos

Naquela noite foram diversos sonhos ruins. Em um deles, teve a impressão de estar acordada, sem conseguir adormecer. Foi quando o filho mais novo entrou no quarto e veio em direção à cama do casal. Pensou que o menino também não pegava no sono e viu quando ele se aproximou em meio à escuridão, mas dali a pouco não era mais o filho e sim um anão horrível, inteiramente deformado, completamente despido. Tentou gritar, não conseguiu. A voz lhe faltou. Olhou para o lado e percebeu que se encontrava sozinha, o esposo não estava junto dela. Pulou da cama e tentou se esconder. Ao olhar embaixo do móvel percebeu que ali havia velas acesas (amarelas, vermelhas e pretas), imagens de santos, restos de comida, um copo com sangue coagulado e dentes humanos, ossos, trapos de roupas, e o que parecia ser uma mão decepada sobre uma Bíblia velha. Levantou-se, buscou a porta, queria sair dali, as pernas estavam muito pesadas e alguém lhe segurava com força pela cintura. Ao voltar-se para ver quem poderia ser, deparou-se com o avô há muito falecido. O homem tinha o rosto e outras partes do copo cobertos por feridas e vermes. Acordou de sobressalto. Ouviu a respiração pesada do marido que dormia ao lado e se sentiu aliviada. Lá fora, ao longe, latidos de mau agouro dados por um cão desconhecido.
Texto: Luciano.

22 comentários:

Ju ♥ disse...

q medo...

Luciano disse...

:) uuuuuuhhhhhhhhh!!!
Abração, Sentimental.

dade amorim disse...

Puro terror.

Obrigada pela presença, Luciano.
Abraço pra você.

Cleyton Cabral disse...

Volte sempre, Luciano. Em setembro estarei em sampa, vamos marcar um café. abs.

O Neto do Herculano disse...

Os latidos do cão desconhecido
é a canção noturna.

[ rod ] ® disse...

Leitura digna de Hitchcock meu caro! rs Bem-vindo novamente e abs.

Luciano disse...

Seja muito bem vinda Dade, vamos trocando experiências de escrita e nos falando.

Cleyton, um café e boa conversa são sempre bons de se compartilhar, em vindo a SP, me avisa, se conseguires venha a Campinas e vamos bater um papo sim.

Grande Herculano, então. Os latidos do cão, feito os uivos dos lobos em Drácula: The children of the night!

Grande Rod. Grato pela comparação com o mestre. Abração meu velho.

M.M. disse...

Gostei dessa perversidade nos detalhes!
Ainda bem que não me lembro do que sonho!

Um beijo.

http://meninamisteriosa.wordpress.com/

LARISSA MIRANDA disse...

Que tenso, mas eu gostei... É bom sonhar, é sempre bom, da a certeza que mesmo dormindo algo em nós ainda pensa, trabalha, SONHA.
Beijo grande!

Rose disse...

Luciano, que belo suspense! O texto prende e instiga. Parece um roteiro de filme. Muito bom!!!!!

E aproveito para agradecer as tuas palavras sobre o sarau e lembrar, também, que o Nelson Coelho de Castro, realmente, faz parte da nossa juventude, noites na praça, Verdes Anos e por aí vai.

Vamos recordar tudo isso com elçe, dia 29 de julho, lembrando dos amigos que compartilharam dessa época

Apareça, quando puder!
Beijão

Denise Portes disse...

Luciano
Que viagem! Gostei daqui também.
Obrigada por sua visita ao Delírio da Bruxa.
Beijo
Denise

Tiago Moralles disse...

Suas listas de Avaliar, Locar e Ler estão ótimas. Bom gosto.

Amanda Nascimento disse...

Maravilha! Serias um bom roteirista, meu caro!

Branca disse...

Tenso, mas dá vontade de ler mais e mais; daria um excelente livro de suspense.

Muito bons seus textos, parabéns!

Anônimo disse...

Muito bom.

Me lembrou um pouco de Lovecraft, acho que pelo clima.

Tahis Nunes disse...

Adoro suspenses,muito bom,parabéns!
Obrigada pela visita.
Bjs

Heduardo Kiesse disse...

um texto que pesa-delo como um sonho poético

:-)



abraços

Lu Dantas disse...

Oi, Luciano

Se isso foi um pesadelo ou uma viagem a outro planos, não sei...mas gostei do texto!

Bjs

J Araújo disse...

Luciano, passei aqui para conferir. Gostei.

abraço

Maria disse...

Luciano, meu blog, infelizmente, precisará ficar fechado por um tempo. Mas é só pedir autorização para ler. Bj, MA.

julia koch disse...

Lu,que legal!adorei!bjo

MERGULHANDO NAS PALAVRAS disse...

Que texto instigante! Me fez enveredar por outras paragens!